Nossa postura e o alinhamento do nosso corpo são modificáveis?

Por Adriana Titton 

“Os joelhos, assim como os tornozelos, funcionam de acordo com a forma dessa estrutura; como uma dobradiça de porta, eles trabalham melhor e mais economicamente em um plano único de movimento – para frente e para trás. 

Idealmente, os movimentos da articulação do joelho e do tornozelo devem ser paralelos, e as próprias articulações devem estar centradas uma sobre a outra. 

Então, o movimento do indivíduo será realmente para frente em linha reta. Seu passo não exige esforço ou desgaste, por isso seu andar é gracioso. Ele não gasta energia puxando ou torcendo qualquer parte de sua perna para movê-la para frente.” – Ida P. Rolf, “Rolfing: a integração das estruturas humanas”.

Quando comecei a enxergar e sentir no meu próprio corpo e no de outras pessoas esse tipo de relação descrito acima entre os vários segmentos do corpo, passei a ter o entendimento do seu impacto no alinhamento do nosso corpo e na qualidade do seu movimento. 

Esse é um momento significativo de descobertas da pessoa em relação a sua postura e organização do seu corpo: 

O reconhecimento das partes que estão melhor alinhadas – e que proporcionam uma sensação de maior estabilidade, segurança, liberdade de movimento e bem-estar – e daquelas que estão mais desalinhadas – e que costumam gerar sensação de menos suporte, mais insegurança, mais tensão e desconfortos. 

Assim, vamos descobrindo, por exemplo, que uma tensão na região no pescoço pode estar relacionada a uma falta de suporte dos pés que, por sua vez, pode ter ligação com um desvio nas articulações de tornozelo, joelho e/ou quadril, afetando a posição da pelve e, consequentemente, a organização da parte superior do corpo.

Muitas vezes, ao longo dessa breve investigação física, as pessoas vão se lembrando de situações em que machucaram algumas regiões do seu corpo – o que é muito valioso para o processo de intervenção que se segue, pois mesmo pequenas lesões podem às vezes provocar mecanismos de compensação do corpo que, com o passar do tempo, vão modificando e prejudicando sua organização. 

Outras vezes, durante essa conversa, surgem elementos da história e do jeito de ser da pessoa importantes para o entendimento dos desconfortos que a levaram a procurar terapias corporais.

Por diferentes motivos – físicos (pequenos ou grandes acidentes, quedas, fraturas, lesões, padrões repetitivos, etc.) e/ou emocionais/comportamentais/cognitivos (a imagem que fazemos de nós mesmos, hábitos, padrões de tensão, o significado que atribuímos às pessoas e situações, nossa atitude frente à vida, etc.) –, assumimos padrões de postura e de movimento que aos poucos provocam fixações e desalinhamentos nos tecidos do nosso corpo. 

Essas fixações e desalinhamentos, que podem ser vistos como partes dessa nossa “roupa” miofascial (musculatura e tecido conjuntivo que reveste nosso esqueleto) que ficam repuxadas, provocam um desequilíbrio no sistema de tensões do tecido do nosso corpo. 

Assim, esse desequilíbrio de tensões, submetido constantemente à força da gravidade, diminui progressivamente a organização e o nível de funcionamento do nosso corpo, aumentando, por exemplo, o desconforto físico, as compensações, as restrições, o risco de lesões, a falta de energia, afetando o funcionamento de outros sistemas (respiratório, circulatório, digestivo, etc.) e de nossa vitalidade.

A mesma plasticidade do corpo que permite essa desorganização da nossa postura, também possibilita que um maior nível de organização e conforto no corpo possam ser recuperados. 

Esse é o objetivo do Rolfing® Integração Estrutural: reconhecer os padrões atuais de organização postural e de movimento da pessoa e, por meio de um trabalho de liberação miofascial e integração das estruturas do corpo como um todo, possibilitar um maior nível de organização e equilíbrio e, consequentemente, movimentos mais fluidos, seguros, com menos esforço, mais vitalidade e bem-estar.

 

Texto retirado de Redação ABR – Associação Brasileira de Rolfing

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